MANGÚT é uma palavra que faz parte do vocabulário Krenak/Tupi-Guarani. É usada para expressar tanto a comida em si quanto o ato de comer. A comida que alimenta tem história. Aquilo que comemos conta um pouco de nossas histórias. Conhecer a história de uma região, e de uma população, por meio da sua alimentação e gastronomia é um caminho que abre rios e ruas de saberes, muitas vezes passados de geração em geração. O alimento é capaz de guardar memórias, construir identidades e nos permite contar nossa história.


O Museu Mangút parte dessa premissa. Aproveite:

O CÍRIO DE NAZARÉ: “A MAIOR PROCISSÃO RELIGIOSA DO PAÍS. INCALCULÁVEL MASSA HUMANA PROPORCIONA IMPRESSIONANTE ESPETÁCULO DE RUA, NO SEGUNDO DOMINGO DE OUTUBRO.
Participe de um passeio pelo Pará
e conheça crenças, sabores e saberes da Amazônia...
Sala
Curumins e Cunhantãs
Exposição Inaugural
COMIDA CABOCLA:
pertencimento e resistência
Biblioteca Virtual
em construção

O que se bebe no Pará?
Tacacá!
Tacacá é uma palavra que deriva do termo tupi Mbae Tykycú que, segundo José Veríssimo, significa “cousa para beber aos tragos”, afinal esta bebida era consumida em cuias ou tigelas “aos tragos ou pequenos goles”.[1]
O Tacacá, prato que tem a base dos ingredientes e técnicas nos hábitos indígenas. Contudo, o Tacacá que tomamos é fruto de trocas ao longo do tempo. Os grupos indígenas consumiam o Tacacá de forma diferente. Desde o século XVIII, existem relatos do consumo de tacacá pelos grupos indígenas, no almoço e jantar e de maneira cotidiana. Por esses relatos, grupos indígenas tinham sempre uma panela de água fervendo onde lançavam a goma diluída em água fria que era adicionada ao tucupi. Apenas isso, em algumas tribos eram acrescentados pedaços de peixe. Em outras eram colocadas formigas saúvas e rãs com muito jambú e pimenta murupi.
[1] VERÍSSIMO, José. Revista Amazônica. 2ª ano, tomo II. N° 8 e 9, janeiro e fevereiro, 1884, p. 141/138.


“Alfredo, uma tarde, passou pela Quintino, canto com a S. Jerônimo, no ponto da tacacazeira. Lá estava Magá no seu ofício. (…) E por fazer tacacá tão bem, merecia anel no dedo, senhora dona no molho do tucupi, no ponto da goma. escolha da pimenta, jambu e camarão, no mexer com a colher de pau a panela de barro e cortar com a colher de sopa o tacacá na cuia ao servir. Ali no canto, o ponteiro nas duas, — o relógio da padaria defronte — sentava a sua banca, seus bregueços, os panos alvos, seu asseio. O quarteirão rodeava então ela, um povo, a sua freguesia, tacacá não chegava”.(1)
E não importa o calor que esteja fazendo, a hora do Tacacá em Belém era às 14 horas, como nos aponta Dalcídio Jurandir. Ou "entre as 4 e 5 da tarde, quando os arrefece. Na rua ou nas casas, essa é a hora do tacacá. A hora do ritual"(2). Paraense toma tacacá de tarde, "suando" com o calor e feliz pelo tacacá estar "fervendo" de bom.

[1] [2] Dalcídio Jurandir, Belém do Grão Pará, Livraria Martins: São Paulo, 1960. p, 59.

A missão deste Museu
O Museu Virtual História da Alimentação e Gastronomia Paraense- MANGÚT, tem a missão de valorizar, divulgar e promover o Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Pará. Através do Museu será possível conhecer a História da Alimentação e Culinária Paraense destacando a relevância de um Estado que é conhecido internacionalmente pela sua gastronomia.